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Conheça: O pessimismo de Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer foi um filósofo alemão que atuou no século 18. O que se destaca sobre Schopenhauer é o fato de que, diferente da maioria dos outros grandes filósofos, sua escrita se explica por si só. Isso quer dizer que se quisermos conhecer seus pensamentos podemos lê-lo diretamente ao invés de procurar interpretações de outros teólogos ou pensadores.

Na filosofia, Schopenhauer é uma referência bastante específica e preferida por artistas, músicos, escritores e pintores.


Durante o século 18, onde reinavam as correntes Idealistas de Hegel, Arthur apresentava uma visão diferente da maioria dos pensadores mais famosos da época. Seus conceitos de amor, por exemplo, eram bastante diferentes dos convencionais.

A linha de pensamento desse filósofo é considerada “pessimista”, pois se trata do desejo humano eterno. As pessoas, que sempre desejam alguma coisa, nunca são plenamente saciadas e vivem uma vida infeliz pensando no que gostariam de possuir.

Bastante influenciado pelas Upanishads, que são transcritos hinduístas que discutem meditação e filosofia, Schopenhauer inseriu o pensamento indiano e conceitos budistas na metafísica alemã.


Algumas citações de Schopenhauer podem ser usadas como base para compreender partes do pensamento do filósofo e, ainda, refletir sobre a própria condição humana. Conheça:


“A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.”

“A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la.”


A arte é tratada com frequência por Arthur como a salvação humana para o horror da existência. Quando alcançamos com a música ou com a arte o que as palavras não podem racionalizar, o desejo humano é acalentado e acolhido. Somos compreendidos no sentir, e o sentir é nossa própria obra prima.

 

“O amor é o objetivo último de quase toda preocupação humana; é por isso que ele influencia nos assuntos mais relevantes, interrompe as tarefas mais sérias e por vezes desorienta as cabeças mais geniais.”

“Estar apaixonado sempre traz para a pessoa fenômenos cômicos em meio também aos trágicos; e ambos porque a pessoa apaixonada, possuída pelo espírito da espécie (instinto), passa a ser dominada por esse espírito e não pertence mais a si própria.”

Apesar de considerar o amor algo dilacerante e que nos tira do controle, Schopenhauer acreditava que esse sentimento era fundamental e fazia parte da condição humana. Ele não acreditava, entretanto, que deveríamos sofrer tanto por amor ou crer que esse fenômeno só ocorre uma vez na vida. O filósofo não gostava da ideia de casamento e defendia que quando um relacionamento desse errado deveríamos partir para outro sem nenhuma carga de culpa.

 

“Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência.”

“Quanto mais elevado é o espírito, mais ele sofre.”

“Toda a limitação, até mesmo a intelectual, é favorável à nossa felicidade. Pois quanto menos estímulo para a vontade, tanto menos sofrimento.”

Toda a elevação, fosse ela intelectual ou “espiritual”, significava para Schopenhauer mais desejos insaciáveis e, consequentemente, mas sofrimento. Quando mais um homem conhece mais ele deseja e quando mais o homem deseja mais ele sofre.

 

“Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz.”

“O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos.”

“Quem não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.”

Schopenhauer foi bastante influenciado pelas Upanishads hinduístas e pelos princípios budistas. A falta de sociabilidade do filósofo, documentada através dos anos, pode ser explicada pelo silêncio e individualidade necessários para que fosse realizada uma reflexão mais aprofundada sobre si mesmo, como uma meditação para atingir a intelectualidade. Quando entramos em contato com nossos próprios pensamentos e aflições, que só podem ser atingidos completamente na solidão, aprendemos a percebê-los e a lidar com eles. O conhecimento do que é interno modifica as percepções do que é externo.

 

“Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.”

“Nada é mais prejudicial ao pensamento próprio do que uma influência muito forte de pensamentos alheios.”

“Um fluxo constante de pensamentos de outros pode parar ou amortecer seu próprio pensamento e sua própria iniciativa.”

“Os eruditos são aqueles que leram nos livros; mas os pensadores, os gênios, os iluminadores do mundo e os promotores do gênero humano são aqueles que leram diretamente no livro do mundo.”


Outras frases auto explicativas sobre a busca pela solidão e a falta de socialização. Podemos perceber que Arthur preferia desbravar os próprios pensamentos, sendo assim o senhor de si mesmo, capaz de criar as próprias leis e refletir sobre os próprios desejos.

 

“Para vivermos entre os homens, temos de deixar cada um existir como é, aceitando-o na sua individualidade ofertada pela natureza, não importando qual seja.”

Para Schopenhauer, a compaixão humana surge quando todos percebem que seus desejos insaciáveis não são só seus, mas sim dos homens como um todo. Quando se percebe a dor alheia e encontra-se essa mesma dor no próprio âmago, surge a empatia e, então, a compaixão. A percepção do desejo alheio e de suas semelhanças com os nossos próprios desejos seriam, para Arthur, o segredo para uma convivência pacífica. Tudo que diz respeito a um homem diz respeito a todos os homens. Se aceito a mim mesmo, aceito a ti e a todos.


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