O que é a "Modernidade Líquida"?
A “Modernidade Líquida” foi um conceito criado e difundido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, bastante conhecido por seus ensaios sobre questões pós-modernas como o consumismo, a superficialidade das relações interpessoais e o capitalismo.
Os “tempos líquidos” de Bauman podem ser traduzidos literalmente como os tempos contemporâneos ou pós-modernos, que contrapõe a “modernidade sólida” do século XX. A liquidez se dá pela superficialidade e rapidez das relações, dos ideais e dos sentimentos pós-modernos.
“As relações escorrem entre os vãos dos dedos.”
De acordo com o sociólogo, as relações interpessoais (incluindo relações amorosas) contemporâneas tendem a ser menos frequentes e duradouras – conceito aprofundado na obra “Amor Líquido”, publicada no Brasil em 2003. O “amor” não se relaciona com a união, e sim com a necessidade de novas experiências.
Apesar de buscarem incessantemente o afeto e a interação, a geração pós-moderna não se interessa pelo comprometimento, criando laços fluidos e frágeis. Para Bauman, essa fragilidade está interligada à globalização, que torna mundial a regra da velocidade – onde tudo que chega imediatamente vai embora.
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.”
Em “Medo Líquido”, o sociólogo trata a insegurança como parte da estrutura constituinte de todo o ser contemporâneo. O medo de “ser” também está interligado à globalização e à fluidez dos laços interpessoais, que desafiam a gravidade e provocam a “insustentável leveza do ser”, transformada em romance pelo autor Milan Kundera.
Saiba mais:
“Modernidade Líquida” (2000), de Z. Bauman
“Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos” (2003), de Z. Bauman
“Tempos Líquidos” (2007), de Z. Bauman
“Vida Líquida” (2005), de Z. Bauman
“Medo Líquido” (2006), de Z. Bauman
“Globalização” (1998), de Z. Bauman
“O Mal-estar da Pós-Modernidade” (1997), de Z. Bauman
“Vida Para Consumo” (2007), de Z. Bauman