Cinema: 5 documentários nacionais
A linguagem dos documentários cumpre uma valiosa função didática. Esse tipo de filme, além de transformar conteúdo informativo em espetáculo cinematográfico, carrega marcas e singularidades de seu(s) diretor(es), apresentando ao público uma visão específica sobre o tema debatido e promovendo reflexões subjetivas.
Conheça cinco documentários de autoria nacional:
Cabra Marcado Para Morrer (1984)
Direção: Eduardo Coutinho
Considerado um dos documentários mais renomados do cinema nacional, Cabra Marcado Para Morrer conta a história do líder camponês João Pedro Teixeira – paraibano assassinado em 1962. Produzido durante a ditadura militar no Brasil, o filme teve a produção interrompida quando parte da equipe foi presa sob alegação de “comunismo”. 17 anos após, Coutinho retorna à produção, finalizando as gravações e reconstituindo a história de João Pedro e das Ligas Camponesas.
Quebrando o Tabu (2011)
Direção: Fernando Grostein Andrade
O documentário abre um debate didático e bastante informativo sobre a legalização das drogas no Brasil. A partir da guerra às drogas promovida pelo Estado, o filme disserta sobreo fortalecimento das redes criminosas, as informações equivocadas e os problemas acarretados pela proibição.
Além de entrevistados renomados como Drauzio Varella, Paulo Coelho e Gael Garcia Bernal, “Quebrando o Tabu” também mescla depoimentos de pais, filhos, professores e médicos, gerando conflito de opiniões e promovendo o diálogo.
Ilha das Flores (1989)
Direção: Jorge Furtado
A Ilha das Flores é um terreno localizado às margens do Rio Guaíba, para onde é direcionada grande parte do lixo produzido em Porto Alegre. A propriedade pertence a um criador de porcos, que separa parte do resíduo para a alimentação dos animais. O restante dos alimentos é dividido entre os moradores próximos.
O documentário tem formato de curta, possui dez minutos e é de fácil compreensão. Os focos da produção abordam a desigualdade na Brasil, o desperdício de alimentos e as diferenças econômicas, sociais e culturais.
Ilegal – A Vida Não Espera (2014)
Direção: Tarso Araujo
Lançado recentemente, “Ilegal” fala da legalização da maconha pra uso medicinal no Brasil partindo do ponto de vista das mães que lutam pela liberação para tratarem seus filhos. O filme acompanha Anny – criança de cinco anos portadora da Síndrome de CDKL5, que causa graves convulsões. Sua mãe, Kathiele, busca através de relatórios médicos apresentados na justiça a legalização do canabidiol, que ameniza as convulsões da filha.
O documentário gera reflexão em torno das drogas – legais e ilegais – usadas pela medicina.
Tarja Branca (2014)
Direção: Cacau Rhoden
A produção aborda a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil a partir do ponto de vista de entrevistados de diferentes gerações, origens e profissões. O “brincar” é tratado com pluralidade e atenção, levando o espectador a uma reflexão sobre a essência lúdica do homem contemporâneo e a ação primordial à natureza humana.