Conheça: O existencialismo de Sartre
Nascida com Kierkegaard, Existencialismo é o nome que se dá a uma corrente de filósofos dos séculos XIX e XX. Os pensadores existencialistas tem como base a ideia de que tudo gira em torno da experiência pessoal – as ações, sentimentos e vivências de um homem o constroem.
Para o existencialismo o homem é o único responsável pelo próprio destino, que se baseia em escolhas pessoais. É o existencialismo que questiona a angústia da existência e o sentido da vida.
Seguem a linha existencialista filósofos como Arthur Schopenhauer, Friedrich Nietzsche e Simone de Beauvoir.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo, crítico e escritor francês responsável por popularizar o movimento no século XX através da obra “L'Existentialisme est un Humanisme” (“O Existencialismo é um Humanismo”). Conheça:
“A existência precede a essência.”
Eis a base da corrente existencialista. Uma das citações mais famosas de Sartre afirma que a essência é formada ao longo da vida, conforme o indivíduo adquire experiências. Pode ser tida como “irmã” da citação de Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher, torna-se”. O homem define a si mesmo.
“Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana, os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem.”
Os filósofos deste movimento não acreditavam num destino previamente estabelecido por deuses. Sem roteiro, quem decide o que fazer com a própria vida é o indivíduo que a vive. As escolhas individuais resultam no destino individual pelo qual seríamos responsáveis.
“Estamos condenados a ser livres.”
“És livre, escolhe, ou seja: inventa.”
Da liberdade surge a angústia da responsabilidade pelos próprios atos. Ser livre pode se tornar um fardo a partir do momento em que o homem não possui um guia prévio ou resultado pré-definido. Carregamos o fardo do próprio destino que, bom ou ruim, se daria pelas nossas escolhas.
Apesar do temor diante do desconhecido, o pensador afirmava que devíamos usar da liberdade para desenvolver nossa própria moral, nossa existência e nossos significados. Sartre chamava de “má-fé” o ato de recusar o livre arbítrio – tomar valores alheios como verdadeiros. Segundo ele, quem não escolhe por si mesmo não é nada.
“Não importa o que fizeram conosco. Importa o que fazemos com o que fizeram conosco.”
Para Sartre, o ambiente social do indivíduo não era sua responsabilidade ou escolha. Ele poderia, entretanto, alterar a própria realidade diante de dificuldades. A autotransformação teria, como consequência, a transformação do mundo.
“Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um.”
O existencialismo se popularizou após a 2ª Guerra Mundial como uma reafirmação da importância e individualidade humanas. Cada um é fonte da própria existência, dono do próprio destino e dos próprios valores. A afirmação também lembra que tomar um rumo diferente do outro não torna um ser inferior ou superior, pois cada um é dono do próprio caminho.
“O inferno são os outros.”
“Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro.”
Apesar de colocar em risco nossa autonomia, a convivência com o outro irá expor nossas fraquezas, erros e acertos. É através do olhar alheio que nos conhecemos verdadeiramente, conquistando o domínio da própria essência.
Saiba mais:
Abordam o existencialismo obras literárias como
O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski)
O Processo (Franz Kafka)
O Apanhador no Campo de Centeio (D. J. Salinger)
O Clube da Luta (Chuck Palahniuk)